#jackmacgyver

12 de abril de 2016

por Carina Gonçalves*

Hoje às 10h30 da noite, não perca! Mente que brilha. Como vivem? De que se alimentam? Como se reproduzem? Conseguimos uma entrevista exclusiva com o best seller Jack Macgyver, que encantou o Brasil com seus poemas curtos sobre a natureza humana postados nas redes sociais.

— Jussara, Jussara!

— Que foi? Não grita, acabei de por o baby pra dormir.

— É que o Macgyver vai estar no Mente hoje.

— Cê tá brincando? O Jack? O MEU Jack?!

— Só não fico com ciúmes porque admito que o cara é foda.

— Ai, mô… cê sabe que eu amo só você, né?

— Eu sei, Jujuzinha!

— Môôôô! Fiz aquela pipoca de caramelo com goiabada que eu queria fazer, sabe? Da Maria Ana Fraga.

— Huuummm, Jujuzinha, deve estar uma delícia, agora vem que vai começar!

Música de introdução:

Você acredita, você consegue. A gente acreditou, você conseguiu. Mente que brilha. Mente que brilha. Brilha no mundo, brilha no Brasi! Basta acreditaaaaaaar.

— Basta acreditaaaaaar.

— Jujuzinha, você tem sempre que cantar?

— Mô, eu amo essa música, e o Ricardo Paulo, né?

— Ó… do Ricardo Paulo eu fico com ciúmes.

— Bobagem, mô. Só porque você não gosta da carreira solo dele. Quando ele estava no MPR você adorava.

— Mas aquilo era rock de verdade, Ju. Agora ele só faz música romântica para atrair mulheres casadas lindas, como você. Mas tá, devo admitir que essa música de abertura do Mente é boa.

— Tá bom. Vamos ficar quietinhos pra ouvir o Jack?

— Você acha que eu ia ficar bem de barba que nem ele? A turma lá da firma ia me zoar.

— Ai, Felipe. Deixa eu escutar. Você ia ficar lindo e foda-se esse povo.

— Tá…

— Shhhhh

Jack Macgyver, posso te chamar de Jack?

Claro, Ângelo Fukh, posso te chamar de Ângelo?

Hahahaha Você é uma figura Jack!

Jack, uma pergunta que todos seus leitores querem saber. De onde vem essa inspiração? Como você cria coisas tão lindas e verdadeiras? Antes que você responda, quero que saiba que sou seu fã. E acho que você não escreve, você psicografa a alma humana.

Ah, o que é isso, Ângelo? Não tem nada disso. Mas, bem, respondendo a sua pergunta, a minha inspiração é a vida. É o sol que me acorda todas as manhãs, a lua que me põe para dormir. É o que eu sinto quando vejo o sorriso de uma mulher bonita. E tem uma coisa engraçada: você falou que parece que eu psicografo a alma, né? Mas a verdade é que entro numa espécie de transe quando tenho uma ideia, aí tenho que escrever na hora. Só quando posto no Instagram é que consigo me livrar do transe. O que me motiva a continuar escrevendo são pessoas como você, meus fãs, minhas curtidas.

Você se sente um homem completo?

Pergunta difícil essa, Ângelo, apesar da fama, de já ter um livro e milhares de admiradores, não me sinto completo. É na incompletude que eu me completo. E eu prefiro continuar assim, buscando os pedaços de mim nesse quebra-cabeça imenso que é a vida.

— Olha que lindo, mô!

— Muito foda!

Jack, você é uma inspiração para nós. Olha aqui, cara, até arrepio de ouvir você fazendo poema ao vivo, na frente das câmeras, para esse Brasil que está carente de poesia, carente de verdade, de honestidade.

Assim, eu fico encabulado, Ângelo.

Daqui a pouco voltamos com Jack Macgyver, o poeta do nosso tempo.

— Tá gostando, Ju?

— Como não, mô? O cara é um gênio. Faz poesia ao vivo. Aliás ele podia fazer stand up de poesia, sabe?

— Ju, você que é gênia! Que ótima ideia um stand up de poesia. Tudo no improviso. E o Jack consegue, se ele quer, ele faz. Cara foda! Tem um guardanapo aí? Minha mão tá toda melada de goiabada.

— Mas cê gostou da pipoca? Comeu tão pouco…

— Claro, tudo que você faz eu gosto, eu comi pouco porque tô sem fome.

— A lá, A lá! Voltou!

Voltamos com Jack Macgyver, o ser-humano por trás do poeta que encanta homens e mulheres de todas as idades. Se você quiser fazer alguma pergunta para o Jack, mande no twitter do @mentequebrilha com a hashtag #jackmacgyver. Vamos escolher uma pergunta para responder no final do programa.

Jack, o que você lê? O que você vê? O que você ouve? A gente quer saber qual é o mar de referências que banha Jack Macgyver.

Então, Ângelo, você vai achar até estranho, mas não sou um cara que lê muito. Principalmente poesia. Tenho medo de que trabalhos de outros autores influenciem na minha escrita, por isso, evito sempre que posso. A minha escrita deve ser pura, deve sair do coração e não de outros livros. Mas existem autores consagrados como o Saulo Lebre, que tem que estar em qualquer biblioteca. Tirando o Saulo, que é esse monstro sagrado, leio muito auto-ajuda americana. Se você reparar bem, os meus poemas não são só sobre a beleza do mundo e das relações, ele tem um fundo motivacional forte. More no seu amor próprio, pois é complicado ser inquilino no coração dos outros. Esse meu poema exemplifica bem o que estou falando. E eu quero que o meu leitor pense muito sobre as minhas mensagens e não somente leia algo bonito. A minha poesia tem um papel terapêutico também.

Muito forte isso, Jack. Esse poema, eu já conhecia e não dá para passar ileso a ele.

— Mô do céu! Olha isso! Cê conhecia esse: more no meu amor próprio, pois é difícil morar de favor no coração dos outros.

— Acho que sim. É maravilhoso!

Mas e os filmes, músicas que te fazem ser Jack Macgyver?

Olha, não gosto de filme de ação, com explosões, violência, efeitos especiais, essas coisas. Gosto mesmo é de drama. De histórias de superação e daquele filme que te dá uma lição no final, sabe? Cinema tem que ter isso. E sobre música, eu ouço de tudo. Mas nada muito agitado, sempre gostei de música mais lenta, romântica, sabe? Gosto muito da fase atual do Ricardo Paulo que faz a abertura do Mente que brilha.

— Viu? Ele gosta do Ricardo Paulo. Dessa fase. E você aí falando que é ruim.

— Juju, não é que seja ruim, musicalmente é bom. Mas eu prefiro a outra fase dele. Ah, se o Jack tá falando, eu vou dar uma chance pro cara.

— Acho bom!

— Jujuzinha! Sem essa cara pra mim, senão vai ganhar coceguinhas.

— Não! Hahahaha para, mô! Para! A gente tá perdendo a entrevista.

Se meu nome de batismo é Jack Macgyver? Boa pergunta, Ângelo. Não. Esse nome eu ganhei na Faculdade de Comunicação, lá em Minas. Por falar nisso, um beijo para os meus fãs mineiros. Eu fazia muito trocadilho, sabe? Ia ser redator publicitário e em todas as minhas chamadas tinha um. Um dia, um colega me disse que eu era o Macgyver dos trocadilhos, aí pegou. Jack é porque meu nome mesmo é Jackson. Jackson Sousa Scapini. Minhas mãe, dona Eliana que, com certeza, tá me vendo hoje - beijo, dona Eliana! - quis fazer uma homenagem aos Jackson Five, esse conjunto incrível de que ela gosta muito.

Jackson Sousa Scapini, o programa tá chegando ao fim e vamos terminar com a pergunta do espectador. Essa veio do twitter do LuquinhaPastos87. Jack, sou seu fã. Leio tudo mesmo. Queria saber se seu coração já está ocupado e se eu tenho chance rs. #jackmacgyver

Jack, acho que essa é uma pergunta que todo o Brasil quer saber. Esse coração aí tá ocupado ou não?

 Engraçado que coração ocupado é uma metáfora muito interessante e é tema de alguns dos meus poemas. Essa é uma pergunta muito pessoal, mas vou tentar responder da melhor forma possível. LuquinhaPastos87, né? Meu coração está ocupado sim, mas não é por uma pessoa. É por toda essa beleza que é o viver. É pelo canto dos pássaros, pela primavera, pelo carnaval, pela doçura de alguns olhares. Posso dizer que mais do que ocupado, meu coração está abarrotado, está transbordando.

Que lindo, isso, Jack! E o LuquinhaPastos87? Tem chances?

Esse Luquinha... Vou responder com um verso que não é meu. Não sei quem escreveu – acho que é um desses pensadores chineses – mas tem tudo a ver com a poesia a minha poesia: tudo vale a pena se a alma não é pequena.

Excelente, Jack! Agora para terminar, deixa uma mensagem pra gente? Pode ser um poema, uma frase sua ou de outra pessoa. Qualquer coisa.

— Jujuzinha, não entendi. O Jack é homossexual?

— Ai, mô, que horror! Não fala homossexual, fala gay, fala bicha, qualquer outra coisa. Que ultrapassado você.

— Tá. Ele é gay?

— Ah, vai saber. Não entendi essa parte também.

— Porque ele respondeu de um jeito esquisito. O que significa isso de a alma não ser pequena? Ele é bissexual? Cabe muita gente na alma dele? Não entendi…

— Mô, e se ele for gay? Muda alguma coisa? Você vai parar de gostar das coisas dele?

— Pera aí, Juju. Se eu falo que gosto dos poemas de um cara que é gay, o que a turma da firma vai pensar?

— Ai que saco essa turma da firma, Felipe! Você tá aí falando e eu tô perdendo o programa. Dá pra ficar calado?

Cuidado, não analise demais o que sente. Apenas sinta!

Fica a dica aí, pessoal. Esse foi o Mente que brilha com o Jack Macgyver. Até a próxima segunda. Foi um prazer, Jack.

O prazer foi todo meu.

— Viu, mô? Não analise. Sinta! Escuta o homem!

— Sei não…

— Ai, que saco você! Cuidado com essa mão suja no meu sofá!



*Carina Gonçalves odeia apresentações. Essa que você lê agora não tem nenhum valor legal, porque ela foi coagida pela sua editora. Para se alimentar, pagar o aluguel, a terapia e o cabeleireiro, Carina trabalha em uma agência de publicidade. O tempo que sobra, ela divide entre descansar, pensar em mães japonesas dentro de um livro sobre o fracasso, um documentário, um curta ou em um livro sobre um tal de seu Vicente, ou em fazer enumerações em um texto de apresentação.